segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

SANTA MARIA PODE SER REFERÊNCIA


 No desiderato do combate aos maus-tratos,  aos abandonos e à proliferação de animais indesejados, congratulamo-nos com a abertura da Câmara Municipal à nossa proposta de se partir para uma campanha massiva de esterilizações/castrações, de caris promocional, sendo essa a metodologia mais ética, civilizada e eficaz no controle populacional de animais na nossa ilha. 

Outra ação complementar é uma campanha paralela, igualmete de caris promocional, para a identificação obrigatória dos animais através do microchip, e sequenciadas licenças, envolvendo, em sinergia, as entidades com obrigações legais e cívicas nessa matéria, como a Câmara Municipal, Direção Regional de Veterinária (Serviços de Desenvolvimento Agrário), juntas de freguesia, SEPNA da GNR e associações de proteção animal. A proposta também já foi apresentada à Câmara Municipal e ao SEPNA, com abertura imediata,  faltando consertar com as outras partes uma reunião. 

Sobre a necessidade imperativa de campanha acima referida, recordamos que a identificação eletrónica (chip) e registo dos animais de companhia são obrigatórios por lei, para se estabelecer maior controlo e barreira às zoonoses e aos abandonos. 

 Assim os detentores de cães e gatos deverão dar cumprimento à Portaria nº 421/2004, dirigindo-se às juntas de freguesia da sua residência, sob pena de incorrerem em ilícito.

Há dois anos, em parceria com O SEPNA da GNR, fizemos uma ação e informação/responsabilização com as juntas de freguesia da ilha, mas, infelizmente, a larga maioria dos cães ainda não foram registados, acarretando esse incumprimento das autarquias e cidadãos consequências graves em termos controle de zoonoses, ausência de iventariação do números de animais do concelho e iresponsabilidade/impunidade nos abandonos. 

O abandono de animais, que ainda acontecem na nossa ilha, são atos cruéis e degradantes, que devem ser veementemente combatidos, pois daí decorrem graves consequências como o sofrimento dos próprios animais vitimados por essa irresponsabilidade, a má imagem que dá à ilha e ao seu povo, e os graves perigos que poderão advir para a saúde pública e segurança de pessoas e de outros animais, como infelizmente tem acontecido com vários ovinos e aves de capoeira. 

Por detrás dos abandonos, há sempre a incúria e a irresponsabilidade de pessoas sem escrúpulos, devendo para aí as autoridades e a pressão crítica social cerrar fileiras, trabalhando-se, em sinergia,  a montante do problema, em base de prevenção, evitando-se as consequências gravosas aludidas. 

Finalmente, aproveitamos para mostar nosso contentamento pela colocação, a tempo inteiro, de um veterinário no CAMAC, o que facilitará a concretização futura das priopostas acima aludidas, e, em termos mais imediatos, facultar  o funcionamento e gestão melhorada do serviço, esperando-se que também daí decorram as obras e os aspetos logísticos necessários, para um melhor atendimento aos animais e obtenção futura do licenciamento daquele espaço. 

O entusiasmo, abertura e interesse do jovem veterinário Rui Silva, com quem já estamos a desenvolver projetos, nos auspicia essa esperança, aproveitando para agradecer e enaltecer o trabalho meritório do veterinário e amigo Rui Forte, que durante quase dois anos, de  forma dedicada e praticamente voluntária, assegurou o acompanhamento dos animais, não obstante a escassez de tempo e de recuros logísticos de  que dispunha. Foi um previlégio trabalhar com ele, esperando que continue a estar ligado ao CAMAC, dispondo a sua experiência e prestando apoio nas situações clínicas mais complicadas, que exijam trabalho em equipa. 

Apelamos também â Câmara Municipal, que no fito de que a gestão e filosofia do CAMAC, se baseie na DUDA (Declaração Universal dos Direitos dos Animais), Convenção Europeia de Proteção dos Animais e Recomendação da Assembleia da República sobre canis, aceite a essência da proposta de Regulamento que lhe foi apresentada pelo CADEP-CN e Amigos dos Açores Sta Maria, em detrimento de se basear em regulamentos desatualizados, que apontam abates a prazo, e outros desvios a estas orientações modernas e respeitadoras da vida. Tudo faremos, com exigência e colaboração para que o CAMAC, não seja “mais do mesmo”, mas que marque  a diferenciação referencial, que se deseja. 

Estamos esperançados de que, com as mostras de sensibilidade e responsabilidade que já vamos presenciando, com a continuada colaboração das partes, e aumento do crescendo cívico da população, Santa Maria tem condições para dar um salto civilizacional de referência no bem-estar animal, o que dará uma boa imagem da ilha e do seu povo. 

“A grandeza de uma terra e o grau de educaçao do seu povo, podem ser avaliados pela forma como trata os seus animais.” (Mahatma Gandhi, adaptado) 

Assegurar o bem-estar dos animais do Centro de Acolhimento Municipal de Animais de Companhia de Vila do Porto, é uma responsabilidade da edilidade, mas também é um dever de cidadania colaborar, fazendo voluntariado, adotando animais e doando alimentos.

UM CENTRO DE RECOLHA E ACOLHIMENTO DE ANIMAIS CHEIO É REVELADOR DA INCÚRIA HUMANA DE UMA POPULAÇÃO. 

 DENUNCIE SITUAÇÕES DE ABANDONO, CONTATANDO DIRETAMENTE O SEPNA DA GNR, ATRAVÉS DO Nº 961196054, OU ESCREVENDO PARA O CADEP-CN, QUE FAREMOS A PONTE COM AS AUTORIDADES.
 
O SIGILO E O SEU ANONIMATO SERÃO ASSEGURADOS SE ASSIM O ENTENDER!  

* José Andrade Melo
   CADEP-CN e Amigos dos Açores, Sta Maria
    (Cadep.cn@gmail.com , natur-mariense.blogspot.com)