quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Brincadeiras...

Esta é a cultura promovida pelos nossos governantes.

Dia Internacional dos Direitos dos Animais em Santa Maria

RELATÓRIO/BALANÇO DAS ACTIVIDADES COMEMORATIVAS DO DIDA-SMA

A Associação Ecológica Amigos dos Açores, através da representação local em Santa Maria, comemorou, pela primeira vez na ilha, o Dia Internacional dos Direitos dos Animais, contando com as inestiméveis parcerias da Associação Juvenil de Santa Maria (AJISM) e do Comando Territorial dos Açores da GNR, através do SEPNA, tendo-se deslocado propositadamente para o evento o seu responsável Regional Sargento José Santos.

De entre o leque de actividades desenvolvida destacam-se os seguintes:

- Dia 9 de Dezembro (quinta-feira).

Foi realizada uma reunião de trabalho com a Câmara Municipal e juntas de freguesia, tendo comparecido à chamada 6 elementos da Câmara Municipal de Vila do Porto, entre os quais o seu Presidente Carlos Rodrigues, o Vereador responsável pelo Ambiente Roberto Furtado, a Eng.ra de Ambiente Cristina Câmara e três funcionários responsáveis pela recolha e tratamento dos animais recolhidos ou entregues na autarquia. As juntas de freguesia de Almagreira, Vila do Porto, Santa Bárbara e S.Pedro também estiveram presentes, maioritariamente nas pessoas dos seus presidentes, trazendo também algumas as suas colaboradores responsáveis pelo registo e controlo de animais.

Tratou-se de uma reunião técnica muito positiva sobre as funções das Juntas de Freguesia e Câmara Municipal, acometidas pela lei, na área do registo, controlo, sanidade e proteção dos animais, no sentido de informar, prestar esclarecimentos, tirar dúvidas, registar dificuldades e disponibilizar a colaboração a prestar pelo SEPNA da GNR, tendo-se concertado ações conjuntas no futuro, no âmbito das competências de cada entidade.

- Dia 10 de Dezembro (sexta-feira).

De manhã foram realizadas acções de sensibilização e informação dirigidas às escolas do primeiro ciclo, tendo sido contempladas cerca de 55 alunos das escolas EB1/JI de Almagreira e de D.António de Sousa Braga (Santo Espírito). Foram prelectores/formadores o representante dos Amigos dos Açores professor José Melo, que apresentou o tema "Animais versus humanos" e o responsável regional do SEPNA, Sargento Santos, coadjuvado pelos elementos do SEPNA na ilha, Sérgio Oliveira e Pedro Leonardo, que apresentaram as funções daquele serviço na protecção da natureza e dos animais, leis de defesa e bem-estar animal e os deveres dos cidadãos nos cuidados e denúncia no caso da observação de de maus-tratos para com os animais.

Estes alunos, ainda puderem visitar uma exposição sobre fauna dos Açores, patenteada pelos alunos dos 1º e 4º anos da Escola de Almagreia, no âmbito do seu PCT "Ambiente e Qualidade de Vida", com a colaboração do CADEP-CN dos Amigos dos Açores, que forneceu panfletos e brochuras sobre avifauna.

De tarde, foram realizadas outras acções de sensibilização/informção dirigidas a duas turmas do 3º Ciclo do Ensino Básico, no anfiteatro dos Serviços de Ambiente, tendo as temáticas sido as mesmas.

Todos os cerca de 100 alunos, assim como os seus professores receberam diplomas de participação, crachás e desdobráveis sobre informações legislativas de protecção animal, deveres dos cidadãos e das entidades públicas e a Declaração Universal dos Direitos os Animais fornecida pelo GBEA dos Amigos dos Açores.

À noite, também no anfiteatro dos Serviços do Ambiente, encerrou-se as comemorações do DIDA-SMA com uma sessão pública destinada ao público em geral, associações e serviços públicos que lidam de perto e têm responsabilidades acometidas por lei no âmbito da sanidade, segurança e bem-estar animal.

Nesta sessão o responsável local dos Amigos dos Açores, proferiu uma comunicação sobre Os direitos dos animais à luz da DUDA e a sua tradução legislativa e aplicação em Portugal, o professor Daniel Gonçalves da AJISM, apresentou um projecto de alerta para a atenção a ter com os animais nas estradas, através da colocação de cartazes e, no desenvolvimento do tema central, o Sagento Santos, coadjuvado por dois colegas do SEPNA, versou sobre questões como Combate aos ilícitos, maus-tratos e abandono de animais (companhia, caça, produção, selvagens), Leis vigentes e funções do SEPNA da Guarda Nacional Republicanana, Observãncia do seu cumprimento e Responsabilidades da Câmara Municipal e das juntas de freguesia no registo, sanidade, segurança pública, recolha e bem-estar animal.


Como balanço e em jeito de avaliação sumária, consideramos que com o DIDA-SMA 2010, os Amigos dos Açores, e os nossos parceiros de organização, deram um importante passo no desiderato de contribuir activamente para um maior conhecimento dos direitos dos animais, aumento de sensibilidade/responsabilidade pública para o seu bem-estar, assim como criar paulatinamento uma maior massa crítica social de crianças, jovens e adultos contra situações de abandono e maus-tratos que também vão ocorrendo em Santa Maria, proporcionando também informação legislativa de protecção animal e esclarecimento sobre responsabilidades acometidas ao poder local, entidades públicas regionais e autoridades, nomeadamente o SEPNA, no ãmbito do registo, conbtrolo, sanidade, sgurança e promoção do bem-estra animal.

Estamos cientes que muito caminho há ainda a percorrer, mas "quem não inicia a viagem não poderá almejar o destino desejado", sendo fundamental que todos os que têm responsabilidades e obrigação e fazer esse "percurso" na promoção do bem-estar, animal caminhem no mesmo sentido.

Da nossa parte vamos fazer o que nos compete, sensibilizando, formando, informando e exigindo responponsabilidades e pro-actividades a quem de direito, sempre de forma colaborativa.

Agradecimentos muito reconhecidos ao SEPNA nas pessoas do Sargento Santos e agentes locais, à nossa parceira AJISM, ao Parque Natural de Ilha pelo apoio logístico e divulgação, à Câmara Municipal de Vila do Porto pela abertura e interesse demostrado, às juntas de freguesias pela sua participação e vontade de melhorar procedimentos e ao Asas do Atlãntico e Baluarte pela divulgação.

José Melo
Amigos dos Açores, Sta Maria

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Dia Internacional dos Direitos dos Animais



O Dia Internacional dos Direitos dos Animais, comemorado no dia 10 de Dezembro, pretende chamar a atenção sobre a forma como são tratados os nossos amigos animais. Embora na nossa sociedade os animais sejam vistos cada vez menos como simples objectos ou como meras mercadorias, ainda hoje são frequentes as situações em que a dignidade e a integridade dos animais são claramente desrespeitadas.

Tratando de contrariar a persistência destas situações que atentam contra os animais, surgiu a Declaração Universal dos Direitos do Animal, aprovada pela organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e posteriormente pela Organização das Nações Unidas (ONU). Esta Declaração considera que todo o animal tem direitos, como o direito à existência, ao respeito, a não ser submetido a maus tratos, sofrimento físico ou psicológico, a não ser abandonado, a não ser explorado para entretenimento do homem… A Declaração considera ainda que o respeito pelos animais tem uma grande componente ética, pois tem uma relação directa com o respeito que têm os homens entre eles próprios.

A associação Amigos dos Açores, através do seu recentemente criado Grupo pelo Bem-Estar Animal, pretende defender activamente os direitos dos animais. Assim, no âmbito deste dia, a Associação colabora na realização dalgumas acções de sensibilização pública, nomeadamente na ilha de Santa Maria.

Aproveitando a data, os Amigos dos Açores voltam a chamar a atenção para um problema de maltrato animal que se vem arrastando há vários anos na ilha de São Miguel: o intitulado Parque Zoológico da Povoação, sito no centro desta Vila.

No chamado Parque Zoológico da Povoação uma série de animais selvagens são mantidos em instalações totalmente inadequadas, em condições que não respeitam a sua dignidade nem a sua qualidade de vida. Nalguns exemplares são evidentes as más condições físicas e psíquicas, que têm levado, mesmo, alguns turistas a denunciarem a situação. As deficientes condições, incumprindo a legislação em vigor sobre parques zoológicos, levaram ao embargo deste recinto há um ano. No entanto, por não existir na ilha instalações adequadas para o seu acolhimento, os animais ficaram, em termos legais, depositados no mesmo local.

No entanto, incompreensivelmente o recinto continua aberto ao público apesar de estar embargado. E nem sequer existe qualquer aviso aos visitantes que informe sobre a sua situação legal. O local é, ainda, publicitado nos mapas turísticos, como os editados pelo próprio Governo dos Açores. Entretanto, nem há melhorias nas instalações nem os animais são conduzidos para umas instalações adequadas.

É de referir que situação idêntica, de falta de respeito pelos animais, acontece em diversos Parques dos Serviços Florestais na ilha de São Miguel, onde existem animais em cativeiro expostos em condições lamentáveis, que não cumprem a legislação do bem-estar animal.


Declaração Universal dos Direitos dos Animais em:
www.amigosdosacores.pt/?page_id=2528

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Santa Maria: Comemoração do Dia Internacional dos Direitos dos Animais



No âmbito das Comemorações do Dia Internacional dos Direitos dos Animais (10 de Dezembro), os Amigos dos Açores, em parceria organizativa com a AJISM e o SEPNA da GNR, realizarão uma série da actividades de caris pedagógico juntos das escolas, encontro técnico com a Câmara Municipal e juntas de freguesia e uma sessão pública às 20:30h da sexta-feira (10 Dezembro), no anfiteatro Dalberto Pombo, destinada ao público em geral e entidades e associações que lidam de perto e/ou têm responsabilidades no bem-estar animal.

Os temas tratados serão os seguintes:

= Os direitos dos animais à luz da DUDA (Declaração Universal dos Direitos dos Animais);

= Combate aos ilícitos, maus-tratos e abandono de animais (companhia, caça, produção, selvagens):

- Leis vigentes e funções do SEPNA da Guarda Nacional Republicana,
- Responsabilidades da Câmara Municipal e das juntas de freguesia.


Na sessão pública da sexta-feira à noite háverão comunicações introdutórias da responsabilidade dos responsáveis dos Amigos dos Açores e da AJISM, sendo o tema central tratado pelo responsável regional do SEPNA da GNR, que se deslocará à ilha para o efeito.



Local: Anfiteatro CIA Dalberto Pombo (Santa Maria)
Hora: 20:30h
Prelectores: José Melo e Daniel Gonçalves
Sargento Santos - SEPNA da GNR.


terça-feira, 30 de novembro de 2010

Observação de aves - Lagoa das Setes Cidades


Na quarta-feira, 1 de Dezembro, decorrerá uma saída para observação de aves na Lagoa das Sete Cidades.


Ponto de Encontro:


- 9:30 - Plataforma em frente às Portas da Cidade de Ponta Delgada, com observação das aves locais


- 10:30 - Ponte das Sete Cidades


A participação é livre! Agradece-se informação de participação para amigosdosacores@amigosdosacores.pt

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Petições na rede sobre os animais



Aproveito este espaço para vos fazer um Apelo!

Temos que agir em nome dos animais. As pessoas que abandonam e mal tratam os animais tem que ser civil e criminalmente punidas.

São histórias destas que se repetem por todo o Pais e não fosse a muita gente por este Pais fora que se dedica com toda a alma, o sofrimento de muitos animais ainda seria pior.

Animais abandonados, maus tratos e não existem leis capazes para acabar com este tipo de situações. Os nossos políticos tem sido incompetentes a todos os níveis e temos que ser nós a dizer BASTA BASTA BASTA!!!

Pagamos impostos suficientes para que as Câmaras tenham instalações condignas para os animais e pratiquem uma política de adoptação em vez do extermínio. Isto não resolve o problema.

Para que isto não aconteça, e os criminosos fiquem impunes, apelo a que assinem e divulguem as 4 petições que estão on-line.

1. Petição Pela abolição das touradas e de todos os espectáculos com touros‏ http://peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=010BASTA

2. Petição Alteração do estatuto jurídico dos animais no Código Civil http://peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2010N2409

3. Petição Abolição das touradas na programação da RTP http://peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2010N2877

4. Petição contra a utilização de animais em experimentação científica em Portugal‏‏‏‏‏ http://www.petitiononline.com/pob2010/petition.html

Isto é uma vergonha para Portugal.

Por favor assinem e divulguem e nos ajude a acabar com esta barbaridade.

Podemos fazer história e um passo em frente em termos civilizacionais em Portugal. Temos que acabar com estes actos vergonhosos de tortura a animais indefesos. Todos juntos vamos vencer a ter um Portugal com gente mais humana e sensível.

Obrigada

Isabel Oliveira

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Enganou-se o cagarro, estava enganado



Se equivocó la paloma.
Se equivocaba.


Por ir al Norte, fue al Sur.
Creyó que el trigo era agua.
Se equivocaba.





Que las estrellas, rocío;
que la calor, la nevada.
Se equivocaba.





Que tu falda era tu blusa;
que tu corazón, su casa.
Se equivocaba.





Ella se durmió en la orilla.
Tú, en la cumbre de una rama.






Rafael Alberti (1902-1999)



Enganou-se a pomba. / Estava enganada.
Tentando ir ao norte, foi ao sul. / Pensou que o trigo era água. / Estava enganada.
Que as estrelas, orvalho; / que o calor, a nevada. / Estava enganada.
Que a tua saia era a tua blusa; / que o teu coração, a sua casa. / Estava enganada.
Ela adormeceu na margem. / Tu, no cume duma rama.


quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Gatos procuram lar no Faial



Estes três lindos gatinhos foram encontrados no lixo, procuram um lar que os trate com carinho. Divulguem por favor! Obrigado!

Associação Faialense dos Amigos dos Animais (AFAMA)
966422688 / 962824396


segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Brigadas de salvamento dos cagarros





Participe nas Brigadas de Salvamento !

Todos os dias às 20:30 (a partir do dia 21 de outubro)

Pontos de encontro:

-Parque estacionamento da Praia do Pópulo
-Poços de São Vicente
-Palheiro da Ribeira Grande


Libertação de pássaros



Libertação de pássaros no Brasil



Estamos devolvendo à natureza o que o próprio Friburguense retira, coertando a liberdade e felicidade dos animais, só para seu puro egoismo.

Até quando, vamos ter gente assim?

De nossa parte e com nossso trabalho não consentiremos.

Mauro Zurita Fernandes - Coordenador do IBAMA em Nova Friburgo/RJ

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A Rota do Toiro

Agora que as touradas foram proibidas na Catalunha (Espanha), há grandes perspectivas turísticas para os ganadeiros terceirenses. É por isso que tantos dinheiros públicos estão a ser gastos na “Rota do Toiro” (projecto co-organizado pela Tertúlia Tauromáquica Terceirense, a Associação Regional de Criadores da Tourada à Corda, a Delegação de Turismo da Ilha Terceira, a Direcção Regional de Desenvolvimento Agrário e a ART – Associação Regional de Turismo dos Açores), na organização do “Congresso Mundial de Ganadeiros” na Terceira, na construção do “Monumento ao Toiro” em Angra do Heroísmo (150 mil euros financiados pelo Governo Regional)…

Este é o grande e maravilhoso turismo que os Açores podem herdar (e que vamos ter de pagar do nosso bolso):

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Os Amigos dos Açores Homenageiam Alice Moderno



Alice Moderno (1867-1946) - uma singela homenagem

“Lembra-te sempre que ao maltratares um animal vais ferir a tua própria dignidade” (Alice Moderno)

Hoje, 5 de Outubro de 2010, quando se comemoram 100 anos de implantação da República, aproveitamos o dia para prestar uma singela homenagem a Alice Moderno.
Mas quem foi Alice Moderna para que estejamos, aqui, a recordá-la?
Para além da sua actividade de jornalista, escritora, agricultora e comerciante, Alice Moderno foi uma mulher que pugnou pelos seus ideais republicanos e feministas, sendo uma defensora da natureza e amiga dos animais.
Como precursora dos actuais movimentos de defesa do ambiente, de que muitos de nós somos membros, Alice Moderno, no início da segunda década do século passado, já pensava que uma árvore de pé poderia ter mais valor do que abatida. Vejamos o que dizia a propósito:
“Plantar árvores é não só amar a natureza. Mas ainda ser previdente quanto ao futuro, e generoso para com as gerações vindouras. Cortá-las ou arrancá-las a esmo, sem um motivo justo, é praticar um acto de selvajaria”(A Folha, 16/2/1913).

“A árvore é confidente discreta dos namorados e a desvelada protectora dos pássaros – esses poetas do ar. A árvore é a maior riqueza da gleba, o maior tesouro dos campos e o maior encanto da paisagem!” (A Folha, 15/3/1914).

Como amiga dos animais, Alice Moderno foi mais sobretudo uma mulher de acção. Com efeito, embora fundada em 1911, a Sociedade Micaelense Protectora dos Animais esteve quase inactiva até 1914, data em que Alice Moderno assumiu a sua presidência. Durante a presidência de Alice Moderno, foram criadas as condições para o funcionamento da SMPA, como a aquisição de uma sede e de mobiliário e foram tomadas medidas conducentes a acabar com os maus tratos que eram alvo os animais usados no transporte de cargas diversas, nomeadamente os que transportavam beterraba para a fábrica do açúcar, e para a educação dos mais novos através do envio de uma comunicação aos professores “pedindo-lhes para que, mensalmente, façam uma prelecção aos seus alunos, incutindo no espírito dos mesmos a bondade para com os animais, que não é mais do que um coeficiente da bondade universal”.
Mas, Alice Moderno não se preocupava apenas com os animais de tiro, pois uma das suas preocupações foi a criação de um posto veterinário para tratamento de todos os animais. A propósito dizia ela:
“Caridade não é apenas a que se exerce de homem para homem: é a que abrange todos os seres da Criação, visto que a sua qualidade de inferiores não lhes tira o direito aos mesmos sentimentos de piedade e de justiça que prodigalizamos aos nossos semelhantes”.
A evolução da sociedade fez com que quase desaparecessem os problemas associados ao transporte de cargas. Hoje toda a nossa atenção deverá recair sobretudo sobre o abandono de animais domésticos, o tratamento dado aos animais de produção e ao retrocesso civilizacional que se está a assistir com a tentativa de introduzir touradas onde não são tradição e de agravar a tortura dos touros bravos, com a legalização da sorte de varas e touros de morte.
Alice Moderno, também não foi indiferente às touradas. Foi convidada e assistiu contrariada a uma tourada, na ilha Terceira, e não ousou comunicar aos seus amigos, considerando-os “semi-espanhóis no capítulo de los toros”, o que pensava pois, escreveu ela, “não compreenderiam decerto a minha excessiva sentimentalidade”.
Na sua carta XIX, referindo-se à tourada a que assistiu escreveu o seguinte:
“É ele [cavalo], não tenho pejo de o confessar, que absorve toda a minha simpatia e para o qual voam os meus melhores desejos. Pobre animal, ser incompleto, irmão nosso inferior, serviu o homem com toda a sua dedicação e com toda a sua lealdade, consumindo em seu proveito todas as suas forças e toda a sua inteligência! (…) Agora, porém, no fim da vida, é posto à margem e alugado a preço ínfimo, para ir servir de alvo às pontas de uma fera, da qual nem pode fugir, visto que tem os olhos vendados!”
“E esta fera [touro], pobre animal, também, foi arrancada ao sossego do seu pasto, para ir servir de divertimento a uma multidão ociosa e cruel, em cujo número me incluo! (…) Entrará assim em várias toiradas, em que será barbaramente farpeada até que, enfurecida, ensanguentada, ludibriada, injuriada, procurará vingar-se, arremessando-se sobre o adversário que a desafia e fere. Depois de reconhecida como matreira, tornada velhaca pelo convívio do homem, será mutilada”.
Que o exemplo de Alice Moderno nos dê forças para os combates em que estamos envolvidos, por uma terra mais limpa, justa e pacífica.

Ponta Delgada, 5 de Outubro de 2010
Teófilo Braga

Dia do Animal 2010


1 - Os Amigos dos Açores estão a recolher assinaturas para um documento sobre direitos dos animais. O que os motiva nessa iniciativa?

Motiva-nos o alerta para reconhecimento social e político dos animais enquanto seres plenos de direitos, o que não acontece ainda na nossa região e país.

Na concepção de Ghandi, que defende que um país ou uma civilização podem ser julgados pela forma como trata seus animais, consideramos que nos enquadramos numa região onde há ainda uma larga margem de progressão em caminho a um verdadeiro desenvolvimento social e ambiental.


2 - O Dia Mundial do Animal (2010.10.04) foi um momento ideal para reflectir sobre o estado da arte na forma como os animais são tratados nos Açores. Tratamos bem ou mal os nossos animais?

Embora existam animais bem tratados, com especial evidência para alguns animais de companhia, existem ainda muitos animais maltratados, com especial enfoque nos animais de produção (por exemplo gado).

No entanto, existem animais maltratados a todos níveis desde animais selvagens (recorde-se notícia do ano passado que relatou cagarros recolhidos na ilha de Santa Maria para confecção culinária) ou os próprios animais de companhia (como cães e gatos) tantas vezes abandonados quando estes crescem mais do que os donos esperam ou quando estes vão de férias e não procuram um lugar de conforto para os animais permanecerem durante esse período.

·
3 - Entre o abandono de animais domésticos de pequeno e médio porte e os maus tratos a animais de grande porte, como os bovinos, quais são as prioridades da vossa luta pelo bem estar animal?

Os objectivos fundamentais do Grupo pelo Bem Estar Animal são a contribuição para o reconhecimento social do bem estar animal e dos direitos dos animais, a promoção de campanhas de voluntariado animal e a difusão de boas práticas animais.

A nossa luta pelo bem estar animal tem uma visão do animal enquanto parte integrante do ambiente, sendo todos os animais seres dotados de sensibilidade, que devem ter uma vida digna, não devendo ser sujeitos a dores ou sofrimento evitáveis.

O nosso plano de actividades para 2010 no que respeita a esta temática divide o ano 4 trimestres, os quais decidamos a quatro “tipos de animais”: animais de companhia, animais em cativeiro, animais de produção e animais selvagens.

4 - Tendo em conta o que se passa no mundo, ou seja, em termos relativos, como qualifica a relação dos açorianos com os animais, sejam eles de domésticos ou selvagens?

Se considerarmos que existem países onde o acesso dos animais de companhia a locais públicos é muito mais facilitado do que em Portugal (como jardins públicos, transportes públicos e espaços comerciais do centro da Europa), considerarmos que existem países onde são totalmente proibidos os espectáculos com animais (como as touradas ou circos com animais), que determinados países possuem, inclusive, advogados para animais, estamos certamente pouco desenvolvidos no reconhecimento do bem estar animal e dos respectivos direitos.

Muitas das vezes, os animais nos Açores são entendidos fundamentalmente como seres de muitas obrigações e de poucos direitos, o que urge inverter porque temos todos a ganhar com o respeito pelos animais, a bem de um verdadeiro progresso civilizacional.


Diogo Caetano

Presidente dos Amigos dos Açores

Diário Insular de 5 de Outubro de 2010

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

5 de Outubro- homenagem a Alice Moderno


Uma vez que o dia 4 de Outubro é um dia útil, o Grupo pelo Bem Estar Animal dos Amigos dos Açores organizará no dia 5 de Outubro (feriado) pelas 10 horas uma visita ao Hospital Veterinário Alice Moderno, em Ponta Delgada, sito no campus do serviço de desenvolvimento agrário de São Gonçalo, para a qual se convidam todos os interessados a comparecer pelas 9h30 na entrada deste campus, junto ao Laboratório
Rregional de Engenharia Civil e entrada Norte da Universidade dos Açores.

Neste local pretende-se constatar os objectivos e missão deste Hospital Veterinário, bem como prestar uma pequena homenagem à mulher interventiva, poetisa e defensora dos animais que foi Alice Moderno.

sábado, 2 de outubro de 2010

Manifesto em Defesa dos Animais

4 de OUTUBRO de 2010

MANIFESTO EM DEFESA DOS ANIMAIS

Desde 1930, em vários países do mundo, o dia 4 de Outubro é dedicado aos animais. Neste dia, são homenageados os nossos amigos animais que, infelizmente, continuam, ainda hoje, a ser desrespeitados por muitos humanos e nalguns casos por entidades públicas que deveriam dar o exemplo à restante sociedade.

Hoje, 4 de Outubro de 2010, o grupo de pessoas individuais e colectivas manifesta a sua preocupação relativamente as seguintes problemas e situações de maus tratos aos animais ao seguinte:

1- Abate de animais domésticos. Todos os anos ultrapassa largamente um milhar o número de animais de companhia (cães e gatos) que são abandonados, acabando na sua maioria por serem abatidos nos canis municipais ou atropelados nas estradas. O esforço que é feito pelas associações de protecção dos animais, que se debatem com faltas de meios e de apoios públicos, acaba por ser inglório pois através dele só uma pequena parte dos animais abandonados consegue um novo lar.

Não estando de acordo com a política seguida actualmente para combater o abandono que tem por principal pilar os abates, pois até hoje não tem resolvido nada, consideramos necessário que a nível regional seja lançada uma campanha de esterilização com vista a adequar o número de animais de companhia ao número efectivo de donos capazes de cuidar deles de forma responsável;

2- Promoção pública da tortura animal. Ao longo dos séculos da história dos Açores, a tauromaquia tem sofrido uma evolução no sentido da diminuição dos maus tratos aos touros, não constituindo qualquer tradição na maioria das nossas ilhas. Em 2009, contrariando a evolução que se assiste a nível internacional, onde aquela actividade é cada vez mais repudiada, e ao arrepio dos ensinamentos da própria história insular, um grupo de deputados pretendeu legalizar a sorte de varas. Gorada a sua intenção, a minoria de industriais que aposta no incremento da tortura animal, tenta ganhar adeptos sobretudo em São Miguel, tendo conseguido promover algumas touradas à corda com a colaboração sobretudo de autarquias e de comissões de festas de cariz religioso.

Considerando que as touradas, qualquer que seja o seu tipo, em nada contribuem para educar os cidadãos e as cidadãs para o respeito aos animais, para além de causarem maus tratos aos mesmos e porem em risco a vida das pessoas, não podemos admitir a na sua realização sejam usados dinheiros públicos;

3- Mortalidade provocada na fauna selvagem. O cagarro é uma ave oceânica que vem a terra apenas durante a época de reprodução. Este período decorre entre Março e Outubro, altura em que as crias já suficientemente desenvolvidas partem com os seus progenitores em direcção ao mar, dispersando-se pelo Oceano Atlântico e regressando apenas no próximo ano. Realizando-se a sua partida de noite, muitas crias são atraídas pelas luzes das nossas vilas e cidades, acabando por cair em terra e ser frequentemente atropeladas se não forem ajudadas.

Considerando a importância que o salvamento do maior número de cagarros tem para a conservação da natureza e o respeito pelos animais, apelamos à participação de todos nas campanhas que ainda este mês serão postas em marcha pelas mais diversas entidades, nomeadamente pelas organizações não governamentais de ambiente.

4- Cativeiro de animais não domésticos. A criação de parques zoológicos nos séculos passados respondia ao propósito de mostrar ao público uma colecção de animais exóticos que de outra maneira nunca seriam vistos nem conhecidos. Na actualidade isto deixou de fazer qualquer sentido. Agora as leis exigem obrigatoriamente aos parques a realização de programas de conservação, educação ambiental e bem-estar animal. Como consequência disto, nos Açores têm vindo a ser fechados núcleos zoológicos que incumpriam estas exigências. No entanto, ainda continua a existir um núcleo zoológico na Vila da Povoação (São Miguel).

Apesar do referido parque encontrar-se já embargado pelas autoridades e apesar de ser de titularidade pública, o recinto continua ainda hoje aberto ao público. Pelo manifesto desrespeito às leis e aos animais, consideramos que o parque deve ser imediatamente fechado e os animais conduzidos a umas instalações apropriadas que garantam o seu bem-estar.

5- Modelos intensivos de produção animal. A exploração agrícola de animais constitui historicamente um importante sector económico nas nossas ilhas. Se bem que os relatos de maus tratos a estes animais têm vindo a diminuir nas últimas décadas, evidenciando uma notável evolução da sociedade, subsistem ainda bastantes situações penosas. Para além disso, a introdução de técnicas de produção intensiva tem vindo a piorar as condições de vida de muitos deles, limitando a sua vida ao reduzido espaço duma gaiola.

Tendo em conta a imagem de proximidade à natureza que tanto caracteriza os Açores no exterior, consideramos que se deve reforçar o modelo tradicional de criação de animais, modelo que garante sempre a mais alta qualidade. Devem também ser criadas e publicitadas novas formas de certificação nas explorações que valorizem devidamente ante o consumidor os seus níveis de qualidade ambiental, alimentar e de respeito pelo bem-estar animal.

6- Falta de respeito com a vida animal. Numa sociedade em que tudo se compra e se vende, os animais são tratados muitas vezes como simples mercadorias e rebaixados à categoria de simples objectos. Só uns poucos animais domésticos conseguem as vezes escapar a esta visão. Na realidade, como já foi demonstrado pela ciência há longos anos, os animais são os irmãos com os quais o homem comparte a natureza. O desrespeito para com os animais é também o desrespeito para com os homens, como partes integrantes da mesma natureza.

Consideramos que o tratamento legal dado aos animais deve fugir da visão redutora que os converte em simples objectos. A nossa sociedade deve evoluir para padrões éticos nos quais os animais sejam respeitados em conformidade com a Declaração Universal dos Direitos dos Animais.

Açores, 4 de Outubro de 2010

Subscritores colectivos:

Grupo pelo Bem-Estar Animal, Amigos dos Açores – Associação Ecológica

CADEP-CN (Clube dos Amigos e Defensores do Património – Cultural e Natural de Santa Maria)

APA – Associação Açoriana de Protecção dos Animais

Amigos da Caldeira de Santo Cristo, Ilha de São Jorge

Gê-Questa – Associação de Defesa do Ambiente

CAES- Colectivo Açoriano de Ecologia Social

Subscritores individuais (por ordem alfabética):

Adelino Luís da Câmara Alves

Afonso Pereira Bernardino

Alberto Carlos Marques Duarte

Alberto Francisco Albertino Monteiro

Alexandra Patrícia Soares Manes

Amália Rosa

Ana Cadete

Ana Catarina Cantante dos Santos

Ana Catarina Soares Carreiro

Ana Cláudia Martins de Melo

Ana Sofia Ferreira

Ana Teresa Fernandes Simões Ribeiro

André Filipe Cabral Leite

Andre Correia

Andrea Fernandes Simões Ribeiro

Andreia Soares de Jesus Leite

António Eduardo Soares de Sousa

António Humberto Serpa

António M. F. Cabral

Arlinda Maria Garcia da Fonte

Armando B. Mendes

Baltasar Ornelas Pinheiro

Bárbara Jacob Oliveira

Bárbara P. Bernardino

Carla Cabral

Carla Viveiros

Carlos Bruno Castanha Gomes

Carlos Couto

Catarina Furtado

Cecília Santos Alves

Cecília de Sousa Melo- Terceira

Cidalina do Carmo Lopes Gomes

Clara Raquel Reis Patuleia

Cláudia Albasini

Cláudia Emanuela Vieira Tavares

Cláudia Moniz Tapia

Clara Cymbron

Conceição Melo

Constança Pereira Quaresma

Cristina D’Eça Leal Soares Vieira

Cristina Sofia da Costa Oliveira Machado – Professora – Pico da Pedra

David Santos

Deborah da Cunha Estima

Décio Almada Pereira

Diamantina Barbosa

Diogo Pereira Bernardino

Dolores Oliveira

Duarte Sousa

Edgar Coutinho

Eliene Narducci

Elsa Lobo Ferreira

Elvira Dias de Almeida

Elvira Lameiras

Emanuel de Jesus Ferreira Carreiro

Emília Maria Mendonça Soares

Esmeralda Raposo

Eva Almeida Lima

Evaristo Melo

Filipa D’Eça Leal Soares Vieira Ferreira de Pina

Francisco Luís do Rego Soares Raposo

Gabriela Mota Vieira

George Robert Hayes

Gilberto Melo Pacheco

Gonçalo de Portugal

Helena Alexandra Frazão Tavares

Helena Cabral

Helena Maria Carreiro

Helena Melo Medeiros, S. Miguel

Isabel Marques Ribeiro

Isabel Velho

Inês Barbosa

Joana Augusto Gil Morais Sarmento, Angra do Heroísmo

Joana de Jesus Lopes

Joana D’Eça Leal Soares Vieira da Costa Pereira

João Carlos da Silva Abrunhosa de Carvalho, Ponta Delgada

João Luís Coutinho

João Luis de Sousa Rebelo

João Manuel Hipólito Manes

João Silveira Sousa

Joaquim Alberto Pereira Bernardino

Joaquim Maria Reis Patuleia Pessoa de Moraes

Jorge Manuel Melo Amaral

José António Resendes

José de Andrade Melo – Professor -Santa Maria

José Manuel N. Azevedo

José Melo

José Moniz Pimentel

Jessica Ann Ferreira

Katerina L´dokova

Laura Paiva

Leonor Pereira Bernardino

Lúcia Maria Oliveira Ventura

Lúcia Travassos

Luís Alberto da Silva Bernardo

Luis Barbosa

Luís Filipe dos Santos Resendes

Luís Manuel Amorim Cordeiro

Luís Manuel Garcia

Luís Miguel Mendonça

Margarida Hilário

Maria Alexandra Janes Morais Cardoso Baptista

Maria Alice de Medeiros Barbosa

Maria do Carmo Barreto

Maria Conceição Salgadinho

Maria Gabriela Serra Medeiros Oliveira – Bióloga – Ponta Delgada

Maria Goretti Medeiros Sebastião

Maria Helena D’Eça Leal

Maria João Fernandes Lopes

Maria José Milheiro

Maria Luisa Rocha Moniz Borges de Sousa

Maria Manuela Carreiro Machado

Maria Natália Melo

Maria Zita Santos Raposo Correia

Maria Vieira Soares

Marina Sécio

Mário Jorge Furtado Arruda

Mario de Sousa Borges

Marta Elisa dos Santos Dutra

Miguel Franco Wallenstein Teixeira

Mónica Sofia Rodrigues da Cunha Azevedo

Nélia Maria Torres Melo

Nelson Correia

Olga Margarida Gomes Miranda Cordeiro

Patrícia Fraga Serra

Paula Cristina Vieira Tavares

Paula Curi Garnet Andrade Melo – Jurista – Santa Maria

Paulo A. V. Borges

Paulo Jorge Simas Correia

Paulo Mota Machado Bermonte

Pedro Leite Pacheco

Pedro Miguel Baptista Pacheco

Raquel Ramos

Rita Patuleia P. Bernardino

Rui Andrade Lopes

Sandra Câmara

Sara Margarida Correia Cabral

Selma Maria Rezendes Cordeiro

Sérgio Diogo Caetano

Silvia Borges

Sílvia Melo

Sizaltina Rego

Sónia Borges

Sonia Lisboa

Susana Pereira

Teófilo José Soares de Braga

Tiago Patuleia

Vanda Veloso

Vera Sousa

Vitor Correia

Vitor Hugo

Zulmira Almeida

(Última actualização – 2 de Outubro 12:00)