sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Comentário de Paulino Amaral, Sócio n.º 1210

Caríssima companheira Célia Pimentel

Na qualidade de sócio da Associação Ecológica Amigos dos Açores, acho-me no dever de aplaudir a criação do “Grupo pelo Bem-Estar Animal bem como de partilhar convosco as minhas reflexões e preocupações sobre esta temática.

O primeiro debate público levado a efeito no passado mês de Janeiro intitulado “Abandono e Recolha de Animais Selvagens e de Companhia”, que teve o mérito de nos prestar informação útil, derrapou para As causas do sofrimento animal-como minimizá-las ou eliminá-las e deixou bem patente que “cada qual, sua opinião”.

Estamos todos de acordo que é sádico e repugnante a matança à paulada de focas no Alasca, a esfoliação de cães ainda vivos (ver internet mensagem), o massacre de elefantes para extracção de marfim, bem como e já entre portas, o enjaulamento de animais para espectáculos circenses ou as touradas e lutas de cães. No entanto, gostaria de perguntar:
  • gorilas, chimpanzés, girafas ou leões enclausurados em Jardins Zoológicos, não sofrem?
  • pássaros exóticos empoleirados em gaiolas, em nossas casas, não sofrem?
  • répteis fora do seu meio ambiente, em nossos jardins, não sofrem?
  • cães de grande porte em apartamentos ou minúsculos pátios, não sofrem?
  • bovinos em lameiros no Inverno, não sofrem?
  • aves em aviários apinhados, não sofrem?
  • porcos mortos à facada e lentamente, não sofrem?
E nós, que fazemos?
  • compramos peles sem informação da sua proveniência
  • levamos nossos filhos ao circo e ao zoo,quando no País já existem Parques Naturais
  • compramos animais que jamais foram domésticos e de companhia no nosso País
  • cruzamo-nos com cães perigosos atrelados ou soltos, por irresponsabilidade de seus donos
  • alimentamo-nos de carne de animais criados em autênticos cativeiros.

Enquanto, situações há que se nos escapam dado o seu distanciamento, outras acontecem à nossa porta, podendo com esforço colectivo, serem minimizadas ou até eliminadas.

Como fazê-lo e para quem?
  • disponibilizando informação, de preferência com fotografias cruéis, aos nossos sócios, para posterior divulgação entre amigos e familiares
  • promovendo debates mensais públicos, mostrando a dura realidade e apelando à sua sensibilidade e mudança de atitude
  • trabalhando as crianças e jovens que até, inocentemente são coniventes com tais situações
    (p.e. não aceitando o cativeiro de animais em zoos; não pedindo a seus pais animais desadequados aos seus lares)
Outra situação que me choca diariamente, é a falta de respeito para com quem não quer ser incomodado ou molestado por animais alheios.
Não aceito cães a serem soltos na via pública, sobretudo em locais onde se fazem caminhadas ou em jardins onde estão famílias com ou sem crianças, bem como em logradouros particulares de fácil acesso à rua. Basta consultar as estatísticas dos hospitais para ficarmos abismados com a quantidade de ataques.

Em conclusão, condenemos atitudes bárbaras fora de portas, mas mudemos maus hábitos à nossa porta.

Sempre ao dispor.

PAULINO AMARAL
sócio nº 1210

2 comentários:

  1. Estou plenamente de acordo com o exposto, julgo que deveriamos, numa 1ª fase, sensibilizar as crianças dos 1º e 2º ciclo, para que estes possam ser "a auto-estrada da comunicação", transmitindo aos mais velhos as boas práticas para o respeito pelo Bem Estar Animal.

    José Santos

    ResponderEliminar
  2. Sobre sensibilizar as crianças e alertá-las para estas situações de maus tratos e desrespeito para com os animais, concordo plenamente e informo que no âmbito do PCT do meu grupo de alunos, no mês de Março, vamos trabalhar estas questões, atrsvés de diálogos, debates, visualização de PPT´s e pequenos vídeos, assim como saídas de campo para inventariar situações.

    Aproveito o ensejo para dar a conhecer que numa caminhada recente pela natureza, encontrei um podengo de caça abandonado, mal tratadinho, que me seguiu até ao carro e, como não eu e minha esposa não tivemos coragem de o deixar à míngua, trouxemo-lo para casa. Depois de tratamento veterinário, enconra-se bem, já tendo vencido uma infecção. Este é um caso real, que servirá de partida para o trabalho com as crianças.

    Saudações ambientais

    José Melo
    Amigos dos Açores, Santa Maria

    ResponderEliminar